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Planetas anões

De acordo com a definição oficial da União Astronômica Internacional, planetas anões são corpos celestes que orbitam o Sol e cujo tamanho é o suficiente para assumirem formatos próximos ao esférico. Eles são menores que nossa Lua, mas não são satélites de planetas. Além disso, as vizinhanças de suas órbitas não são desimpedidas.

Atualmente, são cinco os objetos de nosso Sistema Solar classificados como planetas anões: Ceres, Plutão, Éris, Makemake e Haumea. O primeiro está localizado no Cinturão de Asteroides e os outros quatro, no Cinturão de Kuiper. Estas regiões são temas de nosso próximo artigo.

Para saber mais sobre esses pequenos mundos, continue lendo...


1. Ceres

Planeta anão Ceres

O planeta anão Ceres, cujo nome vem da deusa romana do milho e das colheitas (a palavra cereal tem a mesma origem) é o único localizado no Sistema Solar interior, sendo o maior objeto do Cinturão de Asteroides que se encontra entre Marte e Júpiter.

Ele foi o primeiro objeto a ser descoberto naquela região, quando o padre italiano Giuseppe Piazzi o avistou, em 1801, e também o primeiro a ser visitado por uma nave espacial, quando a sonda Dawn, da NASA, lá chegou em 2015.

Considerado como um asteroide durante muitos anos, Ceres é tão maior e diferente de seus vizinhos rochosos que os cientistas resolveram classificá-lo com um planeta anão, em 2006. Ele representa 25% de toda a massa do Cinturão de Asteroides.

Com um raio de 476 quilômetros (1/13 do raio da Terra), Ceres está a 413 milhões de quilômetros do Sol, o que equivale a 2,8 unidades astronômicas. Uma unidade astronômica (1 UA), é a distância média do Sol à Terra. A luz solar leva 22 minutos para chegar até Ceres.

Para realizar uma volta completa em torno do Sol, ele leva 4,6 anos terrestres, e completa uma rotação em torno de si mesmo a cada 9 horas, sendo este um dos dias mais curtos do Sistema Solar.

Ceres é mais parecido com os planetas terrestres (Mercúrio, Vênus, Terra e Marte) do que com os seus vizinhos asteroides, porém é muito menos denso. Uma semelhança é sua estrutura em camadas, provavelmente com um núcleo sólido rodeado por um manto feito de água congelada, que perfaz 25% de sua massa. Isto faz com que ele seja um dos poucos lugares do Sistema Solar com boa probabilidade de se encontrar vestígios de vida, presente ou passada.

Ceres também tem uma atmosfera, muito fina, e há provas de que contém vapor d'água, possivelmente produzido por vulcões de gelo ou por gelo que sublimou (passou diretamente do estado sólido para o gasoso), a partir de região interna mais próxima da superfície.


Cratera em Ceres
A imagem mostra uma simulação da Cratera Occator, de 92 km de diâmetro e 4 km de profundidade. Em seu interior encontra-se a área mais brilhante de Ceres. [Imagem: NASA/JPL-Caltech/UCLA/MPS/DLR/IDA - Via NASA's Solar System Exploration: Ceres.]

2. Plutão

Plutão

Este planeta anão, que antigamente era considerado como o nono planeta do Sistema Solar, foi descoberto pelo astrônomo norte-americano Clyde Tombaugh, em 1930, e é chamado pelo nome do deus romano do mundo subterrâneo. Plutão fica no Cinturão de Kuiper, uma região de objetos gelados além da órbita de Netuno.


Plutão
Plutão já foi considerado o nono planeta do Sistema Solar. Entretanto, com as novas definições da UAI - União Astronômica Internacional sobre a classificação de corpos celestes, ele foi rebaixado para planeta anão em 2006. Apesar de seu formato esférico, Plutão tem muito pouca massa. [Imagem: NASA's Solar System Exploration: Pluto.]


Ele é menor que nossa Lua, tendo um raio de apenas 1.151 quilômetros (1/6 do raio da Terra), e está a uma distância média de 5,9 bilhões de quilômetros do Sol (39 UA), em torno do qual leva 248 anos para completar uma volta (1 ano plutoniano).

Seu movimento de rotação é retrógrado, como o de Vênus e Urano. Isto significa que o Sol nasce no oeste e põe-se no leste, e o intervalo entre os dois momentos é bem demorado: um dia plutoniano tem 153 horas terrestres.

A excêntrica órbita de Plutão faz com que ele seja levado para dentro da órbita de Netuno durante 20 anos, a cada 248 anos terrestres, ficando assim mais próximo do Sol do que o gigante gelado. A última vez que isto ocorreu foi de 1979 a 1999.


Órbita de Plutão
[Imagem adaptada de: Eurocommuter~commonswiki - Lic. CC BY-SA 3.0]

A superfície de Plutão é extremamente fria, razão pela qual parece improvável que possa haver vida por ali. As temperaturas são muito baixas, e a água, necessária para a vida como conhecemos, é essencialmente rochosa. No entanto, o interior é mais quente, e há quem ache que pode existir um oceano líquido em suas profundezas.

Em 14 de julho de 2015, a nave espacial New Horizons, da NASA, realizou seu histórico sobrevoo nas proximidades de Plutão, tirando as primeiras fotos mais detalhadas do planeta anão e de suas luas, as quais, até onde sabemos, são cinco: Caronte, Estige, Nix, Cérbero e Hidra.

Este sistema de luas foi provavelmente formado a partir de uma colisão de Plutão com outro objeto de tamanho similar, em algum momento da história do Sistema Solar. Caronte, a maior das luas, tem cerca de metade do tamanho do próprio Plutão. As demais são bem menores.

Plutão ainda é um mundo misterioso e fascinante, com altas montanhas, vales, planícies, crateras, céu azul, geleiras e queda de neve (só que a neve é vermelha).


Céu de Plutão
O céu azul de Plutão, conforme registrado pela New Horizons. Os cientistas acreditam que essa coloração deve-se a reações fotoquímicas resultantes da ação da luz solar sobre o metano e outras moléculas presentes na atmosfera de Plutão, produzindo uma mistura complexa de hidrocarbonetos, como o acetileno e o etileno.

3. Éris

Éris

Avançando um pouco mais no Cinturão de Kuiper, encontramos Éris, um dos maiores planetas anões do Sistema Solar. Com aproximadamente o mesmo tamanho de Plutão, ele está três vezes mais distante do Sol.

Inicialmente, Éris parecia ser maior do que Plutão. Isto desencadeou um debate na comunidade científica, o qual levou às definições formais de planeta e planeta anão, por parte da União Astronômica Internacional, em 2006.

Éris foi descoberto em 2005, pelos astrônomos norte-americanos Mike Brown, Chad Trujillo e David Rabinowitz e, até hoje, continua sendo centro de debates científicos sobre a definição do que é um planeta. O próprio nome do astro remete ao deus grego da discórdia e do conflito.

Com um raio de 1.163 quilômetros (1/5 do raio da Terra), ele é pouco menor que nossa Lua, e está a uma distância média de 10 bilhões e 125 milhões de quilômetros (68 UA) do Sol, em torno do qual leva 557 anos terrestres para dar uma volta completa (1 ano em Éris). O dia é similar ao nosso, tendo 25,9 horas.

Sabemos muito pouco sobre a estrutura interna de Éris, mas é muito provável que a superfície seja parecida com a de Plutão, com temperaturas variando de -217 a -405 graus Celsius. Muitas vezes, está tão longe do Sol que sua atmosfera entra em colapso e congela, caindo à superfície em forma de neve. Quando está mais próximo, ocorre o descongelamento.

Em torno de Éris, está uma lua muito pequena chamada Disnomia (deusa grega demoníaca da desordem civil e da ilegalidade, filha de Éris), que tem uma órbita quase circular, com duração de cerca de 16 dias.


Planeta anão Éris
Concepção artística de Éris e sua lua Disnomia. A estrela ao fundo é o Sol. [Imagem: NASA]


4. Makemake

Makemake

Também localizado no Cinturão de Kuiper, Makemake é ligeiramente menor que Plutão e é o segundo objeto mais brilhante daquela região (depois de Plutão), conforme visto da Terra. Seu nome vem do deus da fertilidade, na mitologia antiga dos Rapanui (povo nativo da Ilha de Páscoa).


Makemake
Devido à imensa distância em que se encontra, não há fotos com muitos detalhes de Makemake. As imagens obtidas sugerem uma coloração semelhante à de Plutão.


Com um raio de apenas 715 quilômetros (1/9 do raio da Terra), ele está a uma distância média de 6 bilhões e oitocentos e quarenta e sete milhões de quilômetros (45,8 UA) do Sol, em torno do qual leva cerca de 305 anos terrestres para dar uma volta completa (1 ano em Makemake). A luz solar demora 6 horas e 20 minutos para chegar até Makemake. A duração do dia é próxima à da Terra e de Marte: 22 horas e meia.

Makemake tem uma lua provisória, S/2015 (136472) 1, apelidada de MK 2. Ela foi vista a cerca de 20.000 quilômetros do planeta anão, e seu raio é estimado em cerca de 80 quilómetros.


Lua de Makemake
Esta imagem, obtida pelo Telescópio Espacial Hubble, revela a única Lua conhecida orbitando o planeta anão Makemake. [Créditos: NASA, ESA, and A. Parker and M. Buie (SwRI).]

5. Haumea

Haumea

Também localizado no Cinturão de Kuiper, sabe-se muito pouco sobre Haumea, cujo nome vem da deusa havaiana da fertilidade. O que conhecemos sobre ele provém de observações através de telescópios terrestres espalhados pelo mundo.

Com aproximadamente o mesmo tamanho de Plutão, trata-se de um dos objetos de grandes dimensões com rotação mais rápida em nosso Sistema Solar, tão rápida que provoca uma distorção no formato do objeto, fazendo com que se pareça com uma bola de futebol americano. Um dia em Haumea tem apenas 4 horas terrestres.

A União Astronômica Internacional registra que ele foi descoberto em 7 de março de 2003, por observações realizadas no Observatório de Serra Nevada, na Espanha. Entretanto, não é identificado nenhum descobridor oficial. Duas equipes reivindicam o mérito, apresentando provas de visualizações feitas em 2003 e 2004.

Com um raio de aproximadamente 620 quilômetros (1/14 do raio da Terra), Haumea está a uma distância média de 6 bilhões e quatrocentos e cinquenta e dois milhões de quilômetros do Sol (aproximadamente 43 UA), em torno do qual leva 285 anos terrestres para completar uma volta completa (1 ano em Haumea).

Este planeta anão é o primeiro objeto conhecido do Cinturão de Kuiper que tem anéis ao seu redor. A descoberta foi anunciada em 2017, após observações de Haumea enquanto o mesmo passava em frente a uma estrela.

Ele também tem duas luas conhecidas. A mais interior chama-se Namaka, e Hi'iaka é a mais externa. Ambas receberam nomes de irmãos mitológicos da deusa Haumea. Hi'iaka é a padroeira da ilha do Havaí e das dançarinas de hula, e Namaka é um espírito das águas.

★ Edição: Mauro Mauler - atualizada em 07/11/2023.

★ Referência:


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