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Sistema Solar



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Asteroides e Cometas

Asteroide
[Imagem: NASA.]

O Sistema Solar foi formado do mesmo modo que outros sistemas planetários, pela aglomeração de matéria devido à força da gravidade, formando um disco em redemoinho. Em determinadas regiões de maior densidade dentro desse disco, a matéria se aglutinou a tal ponto que ocorreu a formação dos objetos hoje existentes no sistema.

Nem só de planetas, planetas anões e uma estrela central se constitui nosso sistema planetário. Muita sobra de matéria está solta no Sistema Solar. São detritos remanescentes de sua formação, poeira e objetos de vários tamanhos e composições, alguns do tamanho de pedregulhos, outros bem maiores, porém não chegando às características típicas de planetas (ou planetas anões).

Grandes ou pequenos, ocasionalmente esses corpos se chocam com planetas, criando crateras e influenciando no ambiente ao seu redor. Agências espaciais monitoram o espaço, com a finalidade de prever o comportamento de asteroides e criar uma prevenção contra possíveis colisões com a Terra.


Choque de asteroide com a Terra
A hipótese mais aceita como causa direta da extinção dos dinossauros é a da colisão de um imenso asteroide com a Terra, ocorrida no período Cretáceo. [Imagem: Donald E. Davis]



Chuva de meteoros
Representação artística da chuva de meteoros Leônidas, ocorrida em 1833, a maior já registrada, com milhares de meteoros vistos riscando o céu. O fenômeno foi visível no Hemisfério Norte e ficou conhecido como "o dia em que as estrelas caíram". [Imagem: Adolf Vollmy, domínio público, via Wikimedia Commons]


Asteroides, meteoroides, meteoros e meteoritos

Os asteroides, em órbita em torno do Sol ou de outras estrelas ou, ainda, de remanescentes estelares ("restos mortais" de estrelas), são objetos sólidos, alguns ricos em carbono, outros contendo mais material rochoso (silicatos), havendo ainda os que são feitos principalmente de metais.

Para que um corpo celeste seja considerado um asteroide, é aceito pela comunidade astronômica que ele deva ter pelo menos 10 metros de diâmetro, mas há asteroides muito maiores.

Em sua maioria, são pilhas de escombros unidos pela gravidade, com formas irregulares. Alguns têm luas (outros pequenos asteroides orbitando ao seu redor). Os asteroides são menores que planetas anões (que têm massa suficiente para que a gravidade os torne quase perfeitamente esféricos), e maiores que meteoroides, que geralmente são detritos de choques entre asteroides.

Quando um meteoroide entra na atmosfera terrestre, ele fica incandescente por causa do atrito com o ar, e o que vemos no céu é um meteoro, popularmente conhecido como estrela cadente.

É comum que os meteoros se desintegrem totalmente nessa entrada, mas alguns são suficientemente massivos para que pedaços cheguem à superfície como objetos menores, chamados de meteoritos. Estes têm diâmetros que variam de 1 a 10 metros, e a maior parte cai nos oceanos.


Cometas

Um cometa é um pequeno objeto que consiste em um núcleo formado por uma mistura de diferentes tipos de gelo, cujo tamanho varia de algumas centenas de metros a dezenas de quilômetros de diâmetro, e material rochoso e empoeirado (uma bola de neve suja). O que distingue um cometa de um asteroide é o coma, uma imensa e fina atmosfera que se forma ao seu redor.

A maioria dos cometas tem órbita altamente elíptica e, quando um deles se aproxima do Sol, parte do gelo da superfície evapora, sendo lançada de volta pelo vento solar, assim moldando os formatos do coma e da cauda (ou cabeleira). Aqui da Terra, enxergamos um cometa devido à luz solar refletida na cauda ou (quando está mais distante do Sol) no núcleo.


Cometa em órbita
A figura representa a órbita elíptica de um cometa. Veja a mudança de direção da cauda enquanto o objeto passa a distâncias mais próximas do Sol. [Imagem (adaptada): I-Oкaтaн, CC BY-SA 4.0, via Wikimedia Commons]

Os cometas são classificados como periódicos (ou de curto período) quando sua passagem foi observada mais de uma vez ou quando se sabe que sua periodicidade é inferior a 200 anos. Caso contrário, são chamados de não periódicos.


Cometa Hartley 2
O cometa Hartley 2, em imagem obtida pela missão EPOXI, da NASA. A foto foi tirada de uma distância de aproximadamente 700 quilômetros. O núcleo (corpo principal) tem cerca de 2 quilômetros de comprimento e 0,4 quilômetros na porção mais estreita (“pescoço”). Jatos podem ser vistos saindo do núcleo. [Créditos: NASA/JPL-Caltech/UMD]



Cometa Hale-Bopp
O cometa C/1995 O1 (Hale-Bopp), em foto obtida em 4 de abril de 1997, com exposição de 10 minutos. [Créditos: E. Kolmhofer, H. Raab; Johannes-Kepler-Observatory, Linz, Austria, via IAU OAE - Lic. CC-BY-SA-3.0]

O Cinturão de Asteroides

A maior parte dos asteroides do Sistema Solar está em uma região entre Marte e Júpiter, chamada de Cinturão de Asteroides. O maior deles é Vesta, com cerca de 530 quilômetros de diâmetro, o segundo corpo mais massivo do Cinturão, superado apenas pelo planeta anão Ceres.


Asteroide Vesta
O asteroide gigante Vesta, em imagem montada por sequência de fotos obtidas pela sonda Dawn, da NASA. [Créditos: NASA/JPL-Caltech/UCLA/MPS/DLR/IDA, via NASA's Solar System Exploration: Vesta.]

Uma minoria desses objetos transita por trajetórias fora do Cinturão. Há, inclusive, aqueles que viajam por regiões relativamente próximas à Terra. Muitos asteroides errantes ou fragmentos de colisões entre eles já se chocaram conosco no passado.

Também há uma porção significativa de asteroides que parecem ter sido atraídos pela força gravitacional de Júpiter e o acompanham em sua órbita. Veja, no mapa a seguir, a presença de dois agrupamentos bem definidos, apelidados de Gregos e Troianos:


Cinturão de Asteroides
[Imagem (adaptada): Mdf via Wikipedia]

O Cinturão de Kuiper

Tanto Arrokoth* quanto o planeta anão Plutão encontram-se no Cinturão de Kuiper, uma região além da órbita de Netuno, girando ao redor do Sol. Os objetos que ali se encontram são coletivamente chamados de KBO's (Kuiper Belt Objects ou objetos do Cinturão de Kuiper) ou TNO's (Trans-Neptunian Objects ou objetos transnetunianos).


Cinturão de Kuiper

Arrokoth
*Arrokoth é o objeto mais distante já visitado por uma sonda espacial. A foto acima foi tirada pela New Horizons, em janeiro de 2019. [Imagem: NASA]

Assim como a Nuvem de Oort, da qual falaremos mais adiante, o Cinturão de Kuiper é remetente de cometas que ocasionalmente brilham em nossos céus. No caso de Kuiper, eles são de curto período, isto é, daqueles que levam menos de 200 anos para completar uma volta ao redor do Sol.

Estima-se que haja, no Cinturão, centenas de milhares de corpos com diâmetros maiores do que 100 quilômetros, bem como uma quantidade de cometas da ordem dos trilhões, ou talvez até mais. O Cinturão também é lar dos planetas anões Plutão, Éris, Makemake e Haumea.

Embora pareça similar ao Cinturão de Asteroides, Kuiper apresenta um formato mais de uma "rosquinha" ou câmara de ar de pneu, do que de uma cintura plana, ou seja, um formato mais aproximado da figura geométrica toro*.



Figura geométrica toro
*O toro é uma figura geométrica cuja presença é comum em alguns tipos de estruturas cósmicas, como o Cinturão de Kuiper, por exemplo. O formato também é característico de discos de poeira que se formam ao redor da maioria dos buracos negros supermassivos. [Imagem: domínio público - via gratispng]


O Cinturão de Kuiper é verdadeiramente uma fronteira no espaço, um lugar que mal começamos a explorar. A primeira missão a coletar imagens mais nítidas na região foi a New Horizons, a sonda da NASA que sobrevoou Plutão por seis meses, em 2015, fotografando o planeta anão e suas luas Caronte, Estige, Nix, Cérbero e Hidra.

A nave também sobrevoou Arrokoth, um objeto estranho, com uma forma nebulosa semelhante a um boneco de neve (no dia da aproximação), primitivamente conservado, de modo que pode fornecer informações sobre os primeiros anos de formação do Sistema Solar.

Atualmente, a New Horizons está a mais de 8 bilhões de quilômetros da Terra, e está alimentada com software de inteligência artificial (aprendizado de máquina), para examinar com mais rapidez e produtividade outros minimundos no Cinturão de Kuiper e ir além.


Lua Caronte
A maior lua de Plutão, Caronte, foi fotografada pela New Horizons em 14 de julho de 2015. [Créditos: NASA/Johns Hopkins University Applied Physics Laboratory/Southwest Research Institute]

A Nuvem de Oort

Esta é a mais remota região de nosso Sistema Solar. Acredita-se que mesmo os objetos mais próximos, que estão no início da Nuvem, estejam muitas vezes mais distantes do Sol do que os limites externos do Cinturão de Kuiper.

As órbitas dos planetas e do Cinturão de Kuiper encontram-se principalmente em um mesmo disco plano ao redor do Sol. Diferentemente, a Nuvem de Oort forma uma concha esférica gigantesca, que envolve todo o resto do Sistema Solar.


Nuvem de Oort
Concepção artística da Nuvem de Oort como uma "casca esférica" envolvendo o Sistema Solar. A região planetária não está em escala. Clique sobre a imagem para ver a original expandida. [Imagem (adaptada): Andrew Z. Colvin / CC BY-SA 3.0]

Ela é como uma bolha de membrana grossa, feita de pedaços de gelo de detritos espaciais do tamanho de montanhas, às vezes maiores. A quantidade desses objetos pode chegar à casa dos bilhões, ou mesmo trilhões.


Nuvem de Oort
[Imagem (adaptada): NASA's Space Place]

Um lar de cometas

As órbitas dos cometas de longo período (os que vemos de muito em muito tempo) são imensas, e isto indica que a maioria desses cometas vem da Nuvem de Oort. Por exemplo, o cometa C/2013 A1 Siding Spring, que passou muito perto de Marte em 2014, deve estar voltando para a Nuvem e não retornará ao Sistema Solar interno por cerca de 740.000 anos.

No entanto, a afirmação de que tais cometas de fato venham da Nuvem e voltem para lá ainda reside no campo puramente teórico, pois nenhum objeto foi diretamente observado naquela distante região, até o presente momento. Mas trata-se da hipótese mais amplamente aceita pela comunidade científica.

A distância do Sol à Nuvem de Oort é tão grande que é mais prático descrevê-la em unidades astronômicas, e não em quilômetros ou milhas. Uma unidade astronômica (1 UA) é a distância média entre a Terra e o Sol (1 UA ≈ 149,6 x 106 km).

Para se ter uma idéia do quão longe está a Nuvem de Oort, tomemos como referência Plutão, que fica no Cinturão de Kuiper e cuja órbita faz com que sua distância do Sol varie entre 30 e 50 UA. Os limites internos (mais próximos) da Nuvem de Oort estão entre 2.000 e 5.000 UA, e a parte mais externa pode estar a 10.000 ou até a 100.000 UA do centro do Sistema Solar.

★ Edição: Mauro Mauler - atualizada em 07/11/2023.

★ Referências:


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