Ganhadores do Prêmio Nobel
Categoria: FÍSICA
MAX KARL ERNST LUDWIG PLANCK
Quando um corpo negro é aquecido, a radiação eletromagnética é emitida com um espectro que corresponde à temperatura do corpo, e não à sua composição.
Antes de 1900, o cálculo da forma do espectro usando leis físicas até então conhecidas levou a um resultado irracional: a radiação na área de alta frequência do espectro se mostrou infinita.
Neste ano, o físico alemão Max Planck (1858 - 1947) resolveu o problema, introduzindo a teoria dos "quanta", segundo a qual a radiação consiste de "pacotes" discretos com energias específicas e determinadas por uma nova constante fundamental, que daí em diante passou a ser chamada de Constante de Planck.
O trabalho de Planck verdadeiramente revolucionou a Física, dando impulso ao desenvolvimento da Mecânica Quântica. A relevância de sua teoria o fez merecedor do laureamento com o Prêmio Nobel de Física de 1918.
A vida de Max Planck
Max Karl Ernst Ludwig Planck nasceu em Kiel, na Alemanha, em 23 de abril de 1858, filho de Julius Wilhelm e Emma Planck. Seu pai foi professor de Direito Constitucional na Universidade de Kiel e, posteriormente, em Göttingen.
Planck estudou nas Universidades de Munique e Berlim, onde teve aulas com Kirchhoff e Helmholtz. Ele obteve seu título de Doutor em Filosofia em Munique, no ano de 1879.
Ele foi Privatdozent (titulação concedida por universidades de língua alemã, que equivale a uma livre-docência) em Munique, de 1880 a 1885, depois Professor Associado de Física Teórica em Kiel até 1889, ano em que sucedeu Kirchhoff como Professor na Universidade de Berlim, onde permaneceu até sua aposentadoria, em 1926.
Depois, tornou-se Presidente da Sociedade Kaiser Wilhelm para a Promoção da Ciência, cargo que ocupou até 1937. A Academia Prussiana de Ciências o nomeou membro em 1894 e Secretário Permanente em 1912.
As primeiras pesquisas de Planck foram na área da Termodinâmica, um interesse que adquiriu a partir de seus estudos com Kirchhoff, por quem ele tinha uma grande admiração, e também, provavelmente, de leituras das publicações de R. Clausius. Nessa época, Planck publicou artigos sobre Entropia, Termoeletricidade e Teoria de Soluções Diluídas.
Ao mesmo tempo, sua atenção também foi atraída pelos problemas dos processos de radiação, e ele demonstrou que estes deveriam ser considerados eletromagnéticos por natureza. E foi a partir desses estudos que foi levado à questão da distribuição de energia no espectro de radiação total.
As observações experimentais sobre a distribuição de comprimento de onda da energia emitida por um corpo negro, como função da temperatura, estavam em desacordo com as previsões da Física Clássica.
Planck foi capaz de deduzir a relação entre a energia e a frequência da radiação. Em artigo publicado em 1900, ele anunciou sua derivação da relação, com base na ideia revolucionária de que a energia emitida por um ressonador somente poderia assumir valores discretos, os quanta.
Assim, a energia para um ressonador de frequência v é h.v, onde h é uma constante universal, agora chamada de Constante de Planck.
Este não apenas foi o trabalho mais importante de Planck, mas também marcou uma virada na História da Física. No início, a relevância da descoberta, com seu efeito de longo alcance sobre a Física Clássica, não foi muito apreciada pelos cientistas.
No entanto, a evidência de sua validade aos poucos foi se tornando esmagadora, pois sua aplicação foi responsável pela elucidação de muitas discrepâncias entre fenômenos observados e a teoria clássica. Um exemplo é a explicação sobre o efeito fotoelétrico, dada por Einstein, que por causa disso ganhou o Nobel de Física de 1921.
A formulação de Planck sobre a Teoria Quântica, conforme veio a ser conhecida, foi publicada no Annalen der Physik, e seu trabalho está resumido em dois livros: Termodinâmica, de 1897, e Teoria da Radiação de Calor, de 1906.
Em 1926, ele foi eleito Membro Estrangeiro da Royal Society e, em 1928, esta instituição o agraciou com a Medalha Copley.
Durante o período do governo nazista na Alemanha, Planck amargou uma fase problemática e trágica de sua vida. Ele sentiu que seu dever era permanecer em seu país, mas se opôs abertamente a algumas políticas do regime, em especial no que diz respeito à perseguição aos judeus. Nas últimas semanas da guerra, enfrentou grandes dificuldades, depois que sua casa foi destruída por um bombardeio.
Era reverenciado por seus colegas, não apenas pela importância de suas descobertas, mas principalmente por suas nobres qualidades pessoais. Foi um pianista talentoso, e dizem que, em algum momento, chegou a considerar a música como uma carreira.
Planck foi casado duas vezes. Após sua nomeação, em 1885, como Professor Associado em sua cidade natal, Kiel, casou-se com uma amiga de infância, Marie Merck, que morreu em 1909. Então, ele tomou em matrimônio sua prima Marga von Hösslin.
Três de seus filhos morreram jovens, deixando-o com dois filhos, mas um deles foi executado por participar de uma tentativa frustrada de assassinar Hitler, em 1944.
Max Planck faleceu em Göttingen, no dia 4 de outubro de 1947.
★ Edição: - atualizada em 16/09/2024.
★ Referências:
Max Planck - Facts. NobelPrize.org. Nobel Prize Outreach AB 2024. Acesso em 16/09/2024.
Max Planck - Biographical. NobelPrize.org. Nobel Prize Outreach AB 2024. Acesso em 16/09/2024.
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