Ganhadores do Prêmio Nobel

Se uma carga elétrica for colocada entre duas placas de metal em um tubo de vidro cheio de gás rarefeito, átomos carregados (íons) correm pelo tubo em alta velocidade.

O físico alemão Johannes Stark (1874 - 1957) estudou a luz que esses íons emitiam. Em 1905, ele demonstrou a ocorrência de um efeito Doppler: a frequência da luz era maior quando esta era emitida na direção do movimento dos átomos do que na direção oposta.

Em 1905, Stark também observou que linhas em um espectro são subdivididas em várias linhas, sob a influência de um campo elétrico. Este fenômeno é chamado de efeito Stark.

Por essas duas descobertas, Johannes Stark foi agraciado com o Prêmio Nobel de Física de 1920.

Johannes Stark nasceu em 15 de abril de 1874, em Schickenhof, no estado alemão da Baviera, filho de um proprietário de terras.

Cursou a escola secundária em Bayreuth, mais tarde em Ratisbona, e ingressou na Universidade de Munique em 1894, para estudar Física, Matemática, Química e Cristalografia.

Formou-se em 1897, com base em seu trabalho de doutorado sobre os anéis eletrocrômicos de Newton em um certo tipo de meio escuro.

Trabalhou como assistente de von Lommel, no Instituto de Física da Universidade de Munique, de 1897 até 1900. Então, tornou-se professor universitário não assalariado, ministrando Física na Universidade de Gotinga.

Em 1906, foi nomeado Professor Extraordinário na Technische Hochschule ("Faculdade Técnica") de Hanover, e, em 1909, tornou-se professor da Technische Hochschule de Aachen.

Recebeu nomeação semelhante na Universidade de Greifswald, em 1917. Três anos depois, mudou-se para o Instituto de Física da Universidade de Wurtzburgo, onde permaneceu até 1922.

As pesquisas científicas de Stark cobriram três grandes campos: correntes elétricas em gases, análise espectroscópica e valência química. Seu trabalho em espectroscopia trata da conexão entre a alteração na estrutura e o espectro de átomos.

O Prêmio Nobel de Física, que recebeu em 1919 pela “descoberta do efeito Doppler em raios de canal e da divisão de linhas espectrais em campos elétricos”, possibilitou que ele montasse seu próprio laboratório.

Em 1933, foi eleito, como sucessor de von Paschen, Presidente do Physikalisch-Technische Reichsanstalt (Instituto Físico-Técnico), onde se manteve até sua aposentadoria, em 1939. Simultaneamente, ocupou o cargo de Presidente da Deutsche Forschungsgemeinschaft (Associação Alemã de Pesquisa).

Stark era um prolífico escritor e publicou mais de 300 artigos científicos, dentre eles Die Elektrizität in Gasen (Eletricidade em gases), de 1902, seguido por trabalhos sobre radiação elementar e análise espectroscópica elétrica de átomos. Em conexão com seus estudos em valência química, escreveu o livro intitulado Die Elektrizität im chemischen Atom (Eletricidade no átomo químico).

Stark também fundou o Jahrbuch der Radioaktiv und Elektronik (Anuário de Radioatividade e Eletrônica), publicação que ficou responsável por editar de 1904 a 1913.

Ele foi membro correspondente das Academias de Gotinga, Roma, Leiden, Viena e Calcutá, e recebeu os prêmios Baumgartner, da Academia de Ciências de Viena, em 1910, e Vahlbruch, da Academia de Ciências de Gotinga, em 1914. Também foi agraciado com a Medalha Matteucci, da Academia de Roma.

Durante os últimos anos de sua vida, em seu laboratório particular da propriedade rural Eppenstatt, perto de Traunstein, na Alta Baviera, ele investigou o efeito da deflexão da luz em um campo elétrico não homogêneo.

Stark era casado com Luise Uepler, com quem teve cinco filhos. Suas recreações eram silvicultura e cultivo de árvores frutíferas.

Johannes Stark faleceu em 21 de junho de 1957.