Ganhadores do Prêmio Nobel

Quando um fio de metal é aquecido e começa a brilhar, o ar ao seu redor torna-se eletricamente carregado. Esse fenômeno já havia sido utilizado para amplificar sinais elétricos em linhas telefônicas e em outras aplicações.

Em 1901, o físico britânico Owen Richardson (1879-1959) explicou o fenômeno ao afirmar que, quando o metal é aquecido, seus elétrons se tornam tão agitados que se desprendem dos átomos e são lançados no ar (efeito termiônico), onde atuam como partículas carregadas livres.

Richardson também formulou uma lei que descreve a relação entre a temperatura e a emissão de elétrons. Sua contribuição para o avanço da ciência lhe rendeu o Prêmio Nobel de Física em 1928.

Owen Willans Richardson nasceu em Dewsbury, uma cidade mercantil em West Yorkshire, Inglaterra, em 26 de abril de 1879, filho de Joshua Henry e Charlotte Maria Richardson.

Ele foi educado na Batley Grammar School e, em 1897, conquistou uma bolsa de estudos para Cambridge, onde ingressou no Trinity College. Richardson recebeu honras de primeira classe em Ciências Naturais nos exames das Universidades de Cambridge e Londres, com distinções especiais em Física e Química.

Após graduar-se em Cambridge, em 1900, iniciou suas investigações sobre a emissão de eletricidade por corpos aquecidos, trabalhando no Laboratório Cavendish. Em 1902, foi eleito membro do Trinity College.

Em 25 de novembro de 1901, durante a apresentação de um artigo à Sociedade Filosófica de Cambridge, anunciou pela primeira vez a lei que mais tarde lhe renderia o Prêmio Nobel. Conforme registrado nos Anais, suas palavras (traduzidas) foram:

"Se a radiação negativa é devida aos corpúsculos saindo do metal, a corrente de saturação s deve obedecer à lei s = AT¹/²e⁻ᵇ/ᵀ, totalmente confirmada pelos experimentos a serem descritos."

Richardson continuou suas pesquisas em Cambridge até 1906, quando foi nomeado professor de Física na Universidade de Princeton, nos Estados Unidos. Lá, permaneceu até o final de 1913, investigando emissões termiônicas, ação fotoelétrica e o efeito giromagnético.

Em 1911, tornou-se membro da Sociedade Filosófica Americana, e, em 1913, foi eleito para a Royal Society. No ano seguinte, retornou à Inglaterra como Professor Wheatstone de Física no King's College da Universidade de Londres.

Richardson foi agraciado com diversas honrarias ao longo de sua carreira. Recebeu a Medalha Hughes da Royal Society em 1920, especialmente por seu trabalho em termiônica, e serviu como Presidente da Seção A da British Association em 1921, bem como Presidente da Physical Society de Londres entre 1926 e 1928. Foi nomeado Yarrow Research Professor da Royal Society em Londres, posição que ocupou de 1926 a 1944, e recebeu o título de cavaleiro em 1939.

A partir de 1914, concentrou seus estudos em termiônica, efeitos fotoelétricos, magnetismo, emissão de elétrons por ação química, teoria dos elétrons, teoria quântica, espectro de hidrogênio molecular, raios X suaves e estrutura fina de Ha e Da. Seu último artigo, escrito em colaboração com E. W. Foster, foi publicado em 1953. Richardson também recebeu títulos honorários das Universidades de St. Andrews, Leeds e Londres.

Em 1906, casou-se com Lilian Maud Wilson, filha única do renomado físico H. A. Wilson, que foi colega acadêmico em Cambridge. O casal teve dois filhos e uma filha. Após o falecimento de Lilian em 1945, Richardson casou-se com a física Henriette Rupp em 1948.

Owen Willans Richardson faleceu em 15 de fevereiro de 1959, em Alton, Reino Unido, aos 79 anos.