Ganhadores do Prêmio Nobel
Categoria: QUÍMICA
ADOLF OTTO REINHOLD WINDAUS
O colesterol é um componente essencial das células do corpo, desempenhando um papel fundamental em diversos processos bioquímicos.
Durante a década de 1920, o químico alemão Adolf Windaus (1876-1959) investigou a composição do colesterol e de substâncias intimamente relacionadas, os esteróis, estabelecendo a conexão entre eles e os ácidos biliares.
Windaus também descobriu que o ergosterol, outro tipo de esterol, possuía a capacidade de curar o raquitismo - uma doença caracterizada pela fragilidade óssea, causada pela deficiência de vitamina D.
Ele demonstrou que a vitamina D era formada a partir do ergosterol sob a influência da luz ultravioleta.
Por suas contribuições significativas e descobertas inovadoras, Adolf Windaus foi agraciado com o Prêmio Nobel de Química em 1928.
A vida de Adolf Windaus
Adolf Otto Reinhold Windaus nasceu em Berlim, no dia 25 de dezembro de 1876, filho de Adolf Windaus e Margarete Elster. Seus ancestrais foram, por gerações, em sua maioria artesãos (por parte de seu pai, fabricantes de cortinas).
Após frequentar o renomado Französisches Gymnasium (escola secundária francesa), em sua cidade natal, onde seus interesses estavam principalmente voltados para a Literatura, começou a estudar Medicina em 1895 (em Friburgo e Berlim), passando nos exames preliminares em 1897.
Ele era particularmente fascinado pelas palestras de Emil Fischer durante sua estadia em Berlim. Consequentemente, começou a estudar Química em Friburgo, sob a orientação de Kiliani, ao mesmo tempo em que dava continuidade aos estudos médicos.
No inverno de 1899-1900, obteve seu título de Doutor em Filosofia, com uma tese que tratava dos venenos cardíacos da planta Digitalis. No entanto, escolheu a Zoologia como disciplina subsidiária, devido à forte impressão causada pelas palestras de August Weismann, em Friburgo.
Após se graduar, Windaus foi para Berlim trabalhar com Emil Fischer. Foi lá que ele conheceu Otto Diels, com quem estabeleceu uma amizade para toda a vida.
Retornou a Friburgo em 1901 e, por sugestão de Kiliani, iniciou seu trabalho sobre o colesterol e esteróis relacionados. Sua decisão de estudar essas substâncias baseou-se no fato de que, na época, nada se sabia sobre a estrutura do colesterol, e ele esperava produzir resultados inovadores.
Desde o início, acreditou (corretamente) que os esteróis, presentes em todas as células, deveriam ser considerados geradores de outros grupos de substâncias naturais. Com base em seu trabalho sobre o tema, intitulado On Cholesterol, habilitou-se como palestrante em 1903.
Em 1919, conseguiu transformar o colesterol em ácido colânico, que havia sido previamente isolado dos ácidos biliares por Heinrich Wieland - outro amigo próximo e ganhador do Nobel de Química em 1927. Assim, Windaus demonstrou que os ácidos biliares estão intimamente relacionados aos esteróis.
Outro campo rico de investigação, do ponto de vista biológico, foi o dos derivados do imidazol. Esse trabalho, realizado em colaboração com Knoop, resultou da tentativa de Windaus de preparar aminoácidos naturais a partir da reação de amônia sobre o açúcar, estabelecendo a conversão de açúcar em proteínas. A produção de derivados de imidazol como resultado dessa reação levou-o a demonstrar a presença de um protótipo do anel imidazol em proteínas.
Essa descoberta culminou na demonstração de que a histidina, um aminoácido essencial, é uma alanina imidazol, além da descoberta da histamina (imidazol-etilalanina), um hormônio de grande importância em fisiologia e farmacologia, despertando o interesse da indústria química alemã em seu trabalho.
Consolidado como o maior especialista em esteróis, Windaus foi convidado em 1925 pelo fisiologista americano Alfred Hess para cooperar em Nova York no estudo da vitamina contra o raquitismo.
Seu interesse nos derivados de imidazol também o levou a examinar a estrutura da vitamina antineurítica. Em colaboração com a indústria I.G. Farben, que forneceu matérias-primas para o trabalho, ele conseguiu provar que, ao contrário do que Jansen e Donath sugeriram, a vitamina B1 contém um anel tiazol e um anel pirimidina, e não um anel imidazol.
Windaus também investigou os problemas estereoquímicos das ligações cis e trans em sistemas de anéis hidrogenados. Em todas essas pesquisas, seu ponto de partida era a observação experimental, nunca a dedução teórica. Ele acreditava que o método indutivo era o mais adequado às suas habilidades. Nos últimos anos de sua vida, investigou a aplicação da quimioterapia no tratamento do câncer.
Windaus foi nomeado Professor Assistente em 1906 e Professor de Química Médica Aplicada na Universidade de Innsbruck em 1913, onde permaneceu por dois anos. Em 1915, mudou-se para Gotinga, sucedendo Otto Wallach como Professor de Química. Lá permaneceu até sua aposentadoria, em 1944, como Diretor do Laboratório de Química Geral (anteriormente Instituto Wöhler).
Entre seus alunos notáveis estão Adolf Butenandt, ganhador do Prêmio Nobel de 1939 por seu trabalho sobre hormônios sexuais, intimamente relacionados aos esteróis, e Hans Brockmann.
Adolf Windaus ganhou o Prêmio Nobel de Química em 1928 por seu trabalho sobre a constituição dos esteróis e sua relação com as vitaminas. Este, porém, não foi o único reconhecimento de sua brilhante carreira científica.
Entre as muitas honrarias que recebeu estão a Medalha Pasteur (1938), a Medalha Goethe (1941), a "Grosses Verdienstkreuz" (Grande Ordem do Mérito) em 1951, e a "Grosses Verdienstkreuz mit Stern" (Grande Ordem do Mérito com Estrela) em 1956. Ele também recebeu a Ordem Pour le Mérite para a Paz em 1952 e foi doutor honorário das Universidades de Gotinga, Munique, Friburgo e Hannover.
Casado com Elisabeth Resau desde 1915, tiveram três filhos: Günter (1916), Gustav (1918) e Margarete (1921).
Adolf Otto Reinhold Windaus faleceu em 9 de junho de 1959, em Gotinga, aos 82 anos.
★ Edição: - Artigo publicado em 09/01/2025.
★ Baseado em conteúdos traduzidos e adaptados de:
Adolf Windaus - Facts. NobelPrize.org. Nobel Prize Outreach.
Adolf Windaus - Biographical. NobelPrize.org. Nobel Prize Outreach.
(último acesso: 08/01/2025)
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