Ganhadores do Prêmio Nobel
SVANTE AUGUST ARRHENIUS
Prêmio Nobel de Química - 1903
No século XIX, já era evidente, para os cientistas, que havia uma conexão entre a Química e fenômenos elétricos. No entanto, não havia clareza sobre a natureza dessa conexão.
O químico sueco Svante Arrhenius (1859 - 1927) realizou estudos sobre como a corrente elétrica é conduzida dentro de soluções químicas.
Em 1883, ele demonstrou que, quando o sal-gema (um mineral que consiste de cloreto de sódio acrescido de cloreto de potássio e cloreto de magnésio) é dissolvido em água, ele se divide em átomos de sódio com cargas elétricas positivas e átomos de cloro com cargas negativas.
Esses átomos eletricamente carregados, chamados de íons, permitem que a solução conduza eletricidade. Arrhenius realizou muitos experimentos relacionados ao tema, inclusive usando soluções com sulfato de zinco, para demonstrar como a condutividade elétrica varia com a diluição.
Sua conclusão foi de que nem todas as moléculas de sulfato de zinco contribuem para a condução elétrica, sugerindo que apenas algumas estão ativas no processo. Essa ativação aumenta com a diluição da solução.
As substâncias que, quando dissolvidas em água ou fundidas, se dissociam em íons, são chamadas de eletrólitos. Os íons podem ser positivos (cátions) ou negativos (ânions).
Com os resultados de suas pesquisas, Arrhenius elaborou a Teoria da Dissociação Eletrolítica, que lhe rendeu o Nobel de 1903. Seu modelo explica a força de ácidos e bases, além de outros fenômenos químicos, como o calor de neutralização.
Enfim, são múltiplas as implicações e aplicações da teoria, inclusive em outras áreas científicas, como a Físico-Química e a Bioquímica. Fica evidente a grande importância da eletricidade na Química, destacando-se o significativo papel dos íons na compreensão da natureza da matéria.
Breve biografia acadêmica
Svante Arrhenius nasceu em 19 de fevereiro de 1859, em Vik, na Suécia. Sua família mudou-se para Uppsala em 1860, onde ele foi educado na escola da Catedral, cujo reitor era um bom professor de Física.
Desde cedo, Arrhenius demonstrou aptidão para cálculos aritméticos e, na escola, tinha grande interesse por Matemática e Física. Em 1876, ingressou na Universidade de Uppsala, estudando Matemática, Física e Química.
Em 1881, foi para Estocolmo, para trabalhar com o físico Erik Edlund, na Academia de Ciências. Em 1884, apresentou sua tese de doutorado sobre a condutividade galvânica de eletrólitos, na qual demonstrava que os eletrólitos, quando dissolvidos em água, tornam-se, em vários graus, dissociados em íons eletricamente opostos.
No final de 1884, Arrhenius obteve um cargo de professor em Uppsala, ministrando Físico-Química - o primeiro da Suécia nesse novo ramo da ciência. Por influência de Edlund, ele recebeu uma bolsa de viagem da Academia de Ciências e teve contato com alguns dos grandes cientistas da época.
Em 1886, trabalhou com Wilhelm Ostwald em Riga e com Kohlrausch em Würzburg. Em 1887, esteve com Boltzmann e Graz e, em 1888, trabalhou com Van't Hoff em Amsterdã.
Foi durante esses anos que Arrhenius realizou as pesquisas que culminaram com a Teoria da Dissociação Eletrolítica, cuja importância primordial é, hoje, universalmente reconhecida, mesmo tendo sido necessárias certas modificações.
A partir de 1905, tornou-se chefe do Instituto Nobel de Físico-Química. Ele proferiu muitas palestras, fez publicações científicas, inclusive para o público leigo, e recebeu muitos prêmios, títulos honorários em universidades e outras honrarias, além do Nobel de 1903.
Arrhenius faleceu em Estocolmo, em 2 de outubro de 1927, e foi enterrado em Uppsala.
★ Edição:
- atualizada em 28/04/2024.★ Referências:
MLA style: Svante Arrhenius - Facts. NobelPrize.org. Nobel Prize Outreach AB 2024. Acesso em 23/03/2024.
MLA style: Svante Arrhenius - Biographical. NobelPrize.org. Nobel Prize Outreach AB 2024. Acesso em 23/03/2024.
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